Gestão baseada em valor

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O cenário de extrema competitividade atual dos negócios e o nível de exigência dos investidores, que torna cada vez mais difícil viabilizar um negócio economicamente, tem feito com que a gestão das organizações passem por importantes avanços na sua forma de atuação.

Os conceitos tradicionais de análise financeira transcrevem a visão contábil, sem nenhuma preocupação com os resultados econômicos, com a geração de valor aos acionista e preservação do seu patrimônio.

Neste artigo iremos apresentar o modelo de Gestão Baseada em Valor (GBV) e demonstrar as vantagens da aplicação do método no planejamento e avaliação do desempenho econômico nas organizações. Essa visão propõe uma complementação dos métodos contábeis e financeiros tradicionalmente utilizados, podendo avaliar de forma mais precisa quando um resultado, aparentemente positivo se traduz efetivamente em geração de valor.

O objetivo de qualquer administração é promover a maximização da riqueza para os seus acionistas. No entanto, os métodos tradicionais de avaliação do desempenho das organizações é a mensuração do Lucro Contábil e da rentabilidade do negócio.

O lucro só garante a continuidade de uma empresa se conseguir, ao menos, se igualar ao custo de oportunidade do capital investido.

Criar valor para uma empresa ultrapassa ao objetivo de cobrir os custos explícitos identificados nas vendas. Incorpora a remuneração dos custos implícitos que chamamos de custo de oportunidade do capital investido, não contemplado pela contabilidade tradicional na apuração dos demonstrativos de resultados, e consequentemente na quantificação da riqueza dos acionistas.

GBV – GESTÃO BASEADA EM VALOR

O GBV é uma abordagem que envolve a gestão da empresa como um todo, e que leva os gestores a repensar os processos de gerenciamento, o que vai desde o desenvolvimento de estratégias até a definição de indicadores de desempenho. O GBV considera a maximização do valor como meta financeira da empresa.

A vantagem da metodologia de criação de valor é estabelecer uma disciplina financeira nas operações da organização, com foco nos resultados que gerem e preservam o valor do seu patrimônio. O sucesso de um empreendimento passa a ser medido pela sua capacidade de adicionar riqueza aos seus acionistas dentro de um horizonte indeterminado de tempo, e não entendido dentro de uma visão efêmera dos resultados, muitas vezes de variáveis que não se repetirão no futuro.

O GBV é um conjunto de caminhos tomados pela administração de uma empresa na direção do crescimento do seu valor ao longo do tempo, através de decisões que consigam efetivamente criar valor econômico para os seus acionistas.

VALOR PARA O ACIONISTA

O investimento do acionista revela atratividade econômica somente quando a remuneração oferecida for suficiente para remunerar o custo de oportunidade do capital próprio aplicado no negócio. No entanto nem todos os gestores financeiros possuem a cultura da geração de valor para os acionistas.

O valor é criado ao acionista somente quando as receitas de vendas superarem a todos os dispêndios incorridos, inclusive o custo de oportunidade do capital próprio. A destruição de valor ocorre quando, mesmo apurando Lucro Contábil, o seu montante não conseguir cobrir o custo mínimo de oportunidade do capital investido.

O Lucro Econômico é diferente do Lucro Contábil porque neste último deixa-se de contabilizar o custo de oportunidade do capital próprio por limitações que os princípios contábeis geralmente aceitos impõe ao contadores. Portanto, quando consideramos o custo de oportunidade do patrimônio líquido ao Lucro Contábil o acionista tem a clara noção se o negócio está realmente gerando valor.

Lucro Contábil: Contempla apenas o custo de capital de terceiros ou da dívida.

Lucro Econômico: É aquele que leva em conta tanto o custo de capital de terceiros quanto o custo de capital dos acionistas.

A existência de Lucro Contábil, apurado pela contabilidade tradicional, não é garantia de remuneração do capital aplicado e por consequência de geração de valor ao acionista, podendo gerar falta de atratividade econômica da empresa.

VEA – VALOR ECONÔMICO AGREGADO

O Valor Econômico Agregado (VEA) é o principal indicador de valor agregado ao acionista. A metodologia do VEA estabelece o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) como a remuneração mínima a ser obtida nas atividades operacionais da empresa.

Para calcular o custo de capital deve-se considerar duas variáveis: o custo financeiro dos empréstimos e financiamentos de terceiros e o custo do dinheiro aportado pelo acionista.

DIRECIONADORES DE VALOR

A mudança da postura tradicional de busca do lucro e rentabilidade para um enfoque voltado à riqueza do acionista é fundamental na avaliação de qualquer empresa. Como a empresa não pode atuar diretamente no seu valor, ela atua nas variáveis que pode influenciar o valor de um negócio, os Direcionadores de Valor. A análise desses indicadores permite que se estude toda a cadeia de resultados que agregam valor para a empresa, assim como as áreas responsáveis pelas várias decisões.

Capacidades diferenciadoras são entendidas como estratégias adotadas que permitem ás empresas atuarem com um nível de diferenciação em relação a seus concorrentes de mercado. Criar valor aos acionistas demanda estratégias e novas medidas do sucesso empresarial, voltadas a agregar riqueza aos seus proprietários.

A utilização da Gestão Baseada em Valor na tomada de decisão nas empresas, faz com que se adicione riqueza ao empreendimento através das estratégias propostas a partir de ações nos Direcionadores de Valor, tornando-as mais competitivas ao ambiente econômico atual.

O grande objetivo dos Direcionadores de Valor é identificar os itens nas atividades operacionais que possam potencializar a geração de valor na organização, detectando se a estratégia empresarial adotada está na direção correta, ou seja, se vai gerar valor como programado nas metas e no plano de negócio.

No esquema abaixo relacionamos alguns dos principais Direcionadores de Valor como uma proposta de indicadores a serem monitorados, podendo melhorar de forma considerável os resultados da organização.

O lucro, conforme é calculado convencionalmente pela Contabilidade é uma medida limitada da capacidade de competitividade de uma empresa. A apuração de um resultado positivo não garante o sucesso da organização. Já o VEA, por considerar a remuneração exigida pelos proprietários de capital, constitui-se na melhor medida de avaliação, preocupando-se com o sucesso e continuidade da empresa.

No entanto não se deve subestimar as dificuldades de implantação, pelas mudanças que o modelo exige e pela resistência cultural presente nas organizações. O sucesso na implantação da Gestão Baseada em Valor depende do envolvimento de todo pessoal da empresa, criando incentivos e compensações sempre vinculadas ao valor criado nos diferentes setores da empresa.

Nossa experiência na implantação do modelo nos permitiu reverter cenários adversos e atingir excelentes resultados.

A Resultadus tem conduzido projetos em empresas de diversos setores e porte, que resultam na melhoria de processos de gestão financeira, tornando-as financeiramente e economicamente viáveis. Conheça nossos serviços e como podemos alcançar os resultados certos para o seu negócio.

Ismael Santos – Consultor de Reestruturação de Empresas na Resultadus Reestruturação e Performance