O turnaround pode resgatar sua empresa da crise

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Essa expressão em inglês, que literalmente quer dizer “virar para a direção oposta”, se tornou famosa no mundo dos negócios como sinônimo de recuperação de empresas em situação de estagnação ou declínio, com o objetivo de recuperação e êxito.

Portanto, Turnaround nada mais é do que a aplicação dos princípios gerais de gestão em todas as áreas de uma organização, num determinado período de tempo, com objetivo de salvar empresas do colapso, à partir de ferramentas claras e decisões firmes.

É preciso ressaltar que não é qualquer empresa que está pronta para o Tunaround, nós da Resultadus somos muito rígidos em relação a isso. É fundamental que o gestor reconheça o momento de dificuldade e esteja realmente aberto a mudar os rumos do seu negócio, que tenha o desejo de mudança. A partir do momento em que existe uma consciência da situação, é possível se preparar, traçar metas e planos, compartilhando isso com os colaboradores e pedindo a união de todos para superar o momento difícil.

A palavra crise vem do grego krínō que significa momento de decisão, de mudança súbita.

Diversos fatores podem levar empresas a uma crise, tais como: instabilidades econômicas do país, concorrência, produtos inovadores, falta de investimentos ou investimentos mal sucedidos, ausência de estratégias, de foco no negócio e até mesmo crescimento não estruturado, levando a perda de participação de mercado, de receita e a incapacidade de geração de caixa.

Fatores externos podem afetar gravemente um negócio, mas é nos fatores internos que encontramos grande parte dos causadores do insucesso e das crises nas empresas, como:

  1. Aumento desproporcional de custos;
  2. Decréscimo sucessivo nos resultados financeiros e contábeis (redução de lucro, queda nas vendas, redução da rentabilidade, variação anormais de ações, etc.);
  3. Deterioração gradual da geração de valor ao acionista;
  4. Perda de credibilidade no mercado;
  5. Detecção de fraudes contábeis, alterações indevidas em saldos de inventários e demais ações ligadas à corrupção, praticadas internamente;
  6. Perda de clientes (crescimento nas taxas de churn);
  7. Falhas no desenvolvimento de produtos;
  8. Aumento no nível de endividamento;
  9. Elevadas taxas de turnover e absenteísmo.

Portanto, é fundamental avaliar se sua empresa está passando por alguns destes sintomas, e se o diagnóstico for positivo, decidir mudar os rumos do seu negócio, virar para a direção oposta enquanto há tempo, pois em alguns casos o único caminho passa a ser a recuperação judicial ou a falência.

Se preparar para o pior, embora pareça visão de um empreendedor pessimista, tem na verdade a visão de um gestor inteligente.

COMO INICIAR O PROCESSO DE TURNAROUND

O princípio da recuperação envolve análises da gestão, custos e análise da posição de competitividade para que se possa determinar por que a empresa está a falhar. Quando as análises são concluídas, planos estratégico de longo prazo e de reestruturação são criados.

Em certos casos, a redução de custos, redução de perdas financeiras e o aumento da eficiência operacional podem estabilizar o negócio. No entanto, quando o risco é elevado e iminente, ações mais drásticas são necessárias, tais como a redução de ativos e a consolidação das operações desinvestindo em atividades menos rentáveis para ganhar recursos financeiros e aumento de eficiência. Em ambos os casos podem envolver mudanças estratégicas como: alianças estratégicas; estratégias de foco; estratégias de segmentação; estratégias de diversificação, entre outras. Isso inclui o desenvolvimento de novos produtos, entrada em novos mercados, a exploração de fontes alternativas de receitas e mudanças de imagem, missão, visão e valores da empresa.

Caso você tenha decidido implementar o Turnaround na sua empresa, a melhor opção é escolher uma consultoria especializada. O processo deve vir de fora da empresa com profissionais que não tenham envolvimento emocional com o negócio. Com o apoio de profissionais capacitados e especializados no assunto, sua empresa será capaz de otimizar os processos e identificar o que está prejudicando o caminho para o sucesso.

Baseado nas nossas experiências em reestruturação de empresas e na gestão de empresas em crise, adotamos uma metodologia que divide-se em 5 etapas principais para o sucesso do Turnaround.

1. Definição de quais agentes irão conduzir o processo de reestruturação empresarial: Consultoria e membros da própria organização.

2. Diagnóstico: Uma vez definidos os agentes de reestruturação da empresa, tudo o que estiver dentro da estrutura organizacional deverá ser avaliado com extremo cuidado. Identificar os pontos fortes e as oportunidades, em contraponto com as fraquezas e ameaças que neutralizam o crescimento da companhia são essenciais no processo de diagnóstico, que ainda deve incluir a verificação da estrutura de capitais, auditorias nas demonstrações financeiras, o fluxo de processos, alterações estruturais que deem maior agilidade nas rotinas internas, realinhamento do Capital Humano, estudo do mercado e reavaliação da missão e visão da empresa.

3. Engajamento da alta direção: Aceitação da crise sem “culpabilização” entre os evolvidos. O apoio e a união do núcleo estratégico é essencial para o sucesso do Turnaround.

4. Trabalho ideológico: Os colaboradores devem se sentir “parte do projeto”. Esse é o ponto que envolve a comunicação, a qual deve estar presente em todos os momentos desse reposicionamento. A transparência com relação à realidade da empresa deve ser transmitida ao seu staff por meio de reuniões e palestras, que busquem conquistar sua equipe no alcance do sucesso do plano de recuperação. Abra espaço para participação de todos nesse processo.

5. Implementação do plano, monitoramento constante e feedback aos envolvidos.

Em um cenário com clientes cada dia mais exigentes e mercado que cresce em competitividade, produtividade, qualidade e baixos custos são essenciais para manter o negócio. E não é possível conquistar esses objetivos sem pensar na otimização da gestão empresarial, de forma muito técnica e profissional.

Enfrentar os desafios de sobrevivência e crescimento depende de aguçada visão de negócios, planejamento estratégico sensato e, é claro, muita ousadia. Lembre-se, são nos momentos de caos que muitas empresas costumam se destacar. Vire a direção e navegue em mar calmo você também!

Ismael Santos – Consultor de Reestruturação de Empresas (CRO) na Resultadus Reestruturação e Performance

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